Senhoras e Senhores

Cabeça nas nuvens... ou será o céu que desaba sobre nossas cabeças?


terça-feira, 29 de abril de 2014

Sei lá

Rasguei os meus poemas de amor
enterrei todos bem no fundo da mágoa,
na mácula, no mal fardar das escolhas mal resolvidas.

Sem vida, nos amarramos na ideia
daquilo que não existe,
mas se sente.

Estamos todos tão mal acostumados a ficar sozinhos
que a solidão perdura na companhia aberta.

Desabafo particular

Aquela sensação incompleta de estar vazio o tempo todo
mas não é o tempo todo, só quando me percorro.

Eu ando sem resquícios
sem alma,
sem calma,
sem nada.

Eu me tornei o amanhã para sempre, o hoje perdeu sentido
não há mais bolero, sexo ou paixão - não há medida. 

domingo, 27 de abril de 2014

Insubstituível

Eu te encontrei em uma música
em um disco antigo
num livro

Te encontrei repartida
em pessoas tão partidas
quanto eu.

Contei os teus pedaços
em cada partezinha mal contada

Eu faço um esforço danado todos os dias para te perder dentro de mim
mas os teus detalhes me acham a todo instante... fugindo.


terça-feira, 22 de abril de 2014

O teu nome eu guardei na minha estante de livros.

Eu te fiz essa música
para eu lembrar
de que  já fomos um dia
propositais.

Só há...

Eu te fiz essa história
pra lembrar
o que será de nós

E se será
o que terá
nessa nossa nova
condição?

Sonha com teu valor.
Cuida do teu amor.
Há de ser o melhor.
O que pode ser pior
do que perder alguém
que tu querias ter por perto pra sempre?


Mais do que pra sempre...

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Que acabe em música.

Você me disse que
haveria tempo
de haver respostas
mais do que o tempo
nas contrações do que
compreendemos.

Mas acabamos
perdidos um no outro
achados num corpo
um conforto sem porto.

E o que há
de sentir,
jamais?

Refrão:
Estamos perdidos demais (x4).

E a verdade
é que não há mais
um no outro
Só há
aquela perda
aquele sentimento de...
perda


Você me disse que
se um dia acontecesse
nós haveríamos de ser
aqueles
que saberiam lidar
da melhor maneira.

Mas...
Estamos perdidos demais (x4)

Na verdade,
não há bem verdade
Só há um corpo
perdido no outro.
No outro que arde
o aguarde e o abate
E vem no peito,
de sentir o alarde
o vazio em si
sem sentido se esvai.

Devaneio - perco a mente
Deixo a saudade pra trás...


Estamos perdidos demais. 

domingo, 20 de abril de 2014

Ao meu amor, quem sabe um dia...

Você acorda mais um dia e percebe que precisa fazer algo.
Você não sabe o que fazer exatamente, como fazer e nem quando fazer.
Você simplesmente sente.
E é nesse sentir, que se apresenta como um devaneio, que se dá sentido ao dia.
A poesia que se esvai, se perde facilmente no cotidiano imperceptível.
Tudo aquilo que se sente - quando se sente - se sente apenas uma vez.
O amor é eterno em sua fragilidade.
E abandona fácil o corpo que se nega.
E eu não nego que já me neguei um dia
Mas o pra quê os por quê's eu não me pergunto, por não haver resposta.
Há apenas a aposta, um jogo de pares alternados,
viciados em fingir uma intimidade
Numa busca cega por uma verdade que não está ali.

A simplicidade das vicissitudes do alento temporário é tão banal quanto os diários de Sofia.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Um sentido para tudo isso.

O poeta é um egoísta
Mau caráter sem escrúpulos
Que sofre para alimentar suas poesias

Poderia muito bem enfrentar a realidade e seguir vivendo
Mas qual seria a graça da vida sem um pouco de drama?
Ahhh... a cama vai deixar saudade.

Ainda encontro teus fios de cabelos soltos e perdidos pela casa
Mas a gente não casa mais...
Por enquanto seguiremos breves, na angustia das poesias soltas da vida...

Todavia, toda vida não foi em vão
Por mais que tentamos acreditar que fora.
Não existem motivos para não amar.

Pois bem...
se estamos de acordo,

que a vida carregue leve a brisa e o vento dos novos horizontes.

Meu final indesejável

Morri de amor...
Morri nos meus sonhos,
nos meus pedaços mal contidos.

Lembro-me de cada pedacinho do que foi o paraíso um dia
das nossas besteiras... das brincadeiras
dos sorrisos....

Lembro dos choros sofridos também...
Das reticências breves...
Do silêncio e da dor contida de pessoas que tinham muito para amar
Mas não sabiam como lidar com esse sentimento sem doer em si mesmo.

Eu me tornei uma pessoa quebrada

E acabei quebrando muita gente comigo.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Um dia.

Vai ficar tudo bem.
Repita isso para si mesmo,
por pelo menos uma centena de vez.

Um dia vira verdade.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Invenção

Eu invento um conto de fadas
Invento que serei feliz pra sempre apenas com ela
Que os beijos dela serão únicos e inigualáveis
Que a sua boca é a única que me sacia...

É que a gente já se inventou tanto,
que já foi verdade um dia
Nós dois – me dói, mas não existe mais.

Ora, como se dependesse só de mim...

domingo, 6 de abril de 2014

Pessoas de boa fé

O tempo corre, já é quase de madrugada
tenho lembranças daquela noite.
gente boa de papo, de hiato – de cama.

gente que só quer ver o bem correr com o tempo
não há muito o que discorrer sobre aquela noite
nós sentimos tanto em tanto tempo,

que àquelas poucas horas me farão feliz por eras.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Os mandamentos que não cumpri.

Expressa-te e anda.
Não se vulgarize pelos teus ciúmes
Não se reduza às tuas manias incontroláveis
Vez por outra o destino testará teus passos.
Fazer voltar no caminho do antigo vale.
Não caia na tentação de ser quem você não é.

Pensamentos Avulsos VI

Estou com medo de ter acabado com os meus sonhos
De ter desfeito as condições da felicidade

De, por pura soberba, ter infligido à liberdade

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Corpo Travado

Faço um esforço danado para encontrar sentido no cotidiano
Reinventar certas belezas escondidas na linha do tempo
Submeter-me ao caótico do qualquer que seja
Encontrar na dança e no gole de cerveja
Exprimir e experimentar.

Mas meu corpo é oco.
Tem esperança vazia ao se negar.

Os gestos não naturais dos contos de fadas.
As certezas das flores armadas.
O amor das coisas passadas.
Tudo isso é pouco ou quase nada.
Coincidir e se entregar.

Mas meu corpo é outro.

Tem lembranças, mas precisa recomeçar. 

terça-feira, 1 de abril de 2014

Bairro novo

Fizemos as malas e dissemos adeus a antiga casa
aquela residência, apesar dos bons momentos,
não cabia mais em nós.
resolvemos nos aventurar por outras avenidas.

acabo de conhecer um passado que não lembrava que existia.
minha nova vizinha de desilusões
ela tem cabelos cor de fogo e beleza nos olhos...
parece carregar consigo uma esperança de um final feliz
mas tem medo de ser castigada pela vida mais uma vez.

Uma garota nova.

A nova gata do bairro.