Senhoras e Senhores

Cabeça nas nuvens... ou será o céu que desaba sobre nossas cabeças?


domingo, 10 de outubro de 2010

A metade da cara

Um relacionamento é construído por pequenas coisas ou por grandes coisas que não damos importância?
A construção da idéia do perfeito com o par simétrico, aos meus 20 anos de idade, parece patética.
Toda aquela poesia, aquela bossa nova que segue compassos românticos, será que é graças a uma cara metade?
Outra questão: A cara é metade por ser igual ou por que completa a segunda metade?
Ambos?
Conhecendo-me do jeito que conheço, é assustador pensar que possa existir alguém igual a mim por aí! A mesma pessoa, mesmos gostos e defeitos: paixão por sax, filmezinho Cult aos finais de semana, sorrisos feitos aos sábados e domingo e cara de segunda-feira o resto da semana. Enfim, o mais do mesmo, só que com curvas diferentes.
Volto a repetir, aos meus 20 anos de idade, isso parece patético, irreal, não-natural.
Uns vão dizer “ah você nunca amou ninguém”; “carrancudo!”; “Tão novo e já tão sem esperança”.
Bom, talvez, de fato, eu nunca tenho amado ninguém, no máximo paixões pouco duradoras; talvez eu realmente seja um cara carrancudo, apesar de sempre rir bastante comigo mesmo e com os meus amigos; talvez eu seja o esperançoso mais sem esperança do mundo, pois adoro viver, adoro sentir, experimentar e, acima de tudo, imaginar... Porém, sem nunca deixar de ser realista!

É... Onde mesmo queria chegar com tudo isso?
Oh, sim, a cara metade!
...
Parece que no fim de cada dia,
a cada nova experiência, a cada novo segundo,
metamorfoseamos mais e mais; mudamos.
A pessoa que escreve esse texto agora pode não ser a mesma no momento em que você lê esse texto.
O impacto das palavras podem não ser o mesmo nos momentos que você lê esse texto...
Por isso, aos meus vinte anos de idade, parece utópico acreditar em algo tão igual num mundo tão volátil; mutável.
Hoje, devo pedir desculpas a quem chegou até esse momento crucial do texto, aquele que chamamos de “conclusão”. Despeço-me sem conclusão alguma, pelo simples fato de não tê-las. Não espero que essas palavras tortas, mal escritas e sem apego, mude a sua vida, não quero que mude. Não espero que você compreenda metade da parte do pouco que foi dito. Por fim, espero que você ame, pois amar se tornou um esporte para poucos. (ouvi dizer que é muito divertido!)

OBS!
Minha cara metade, por favor, viva e seja várias metades do pouco que sou de mim.