Senhoras e Senhores

Cabeça nas nuvens... ou será o céu que desaba sobre nossas cabeças?


terça-feira, 25 de novembro de 2014

tente...

Tente sentir saudade
de um tempo que você não conhecia
Tente compor verdades.
Verdades nuas numa cama de poesia.
Tente viver por você e não tema
há palavras que vem com o tempo apenas
Chapeuzinho vermelho já sabia
“A estrada é longa e o caminho é deserto”
O que cobras de mim
nem sempre sou eu
mas há tantas formas
de se amar por aí
Por onde seguir?
Se estrada que eu
escolho nunca me leva...

sábado, 1 de novembro de 2014

Manual da necessidade urgente de se manter vivo (ou Fábio)

"É preciso não se amargurar
É preciso deixar pelo caminho tudo que te aprisiona
Ainda que sejam amigos, família, amores
É preciso voltar do sofrimento sem fim ao se ouvir e não gostar
É preciso não ser adepto a autopiedade
Ela te faz parecer um tolo
É preciso dar a cara a tapa pra sentir que está vivo
É preciso dizer, ao menos uma vez, Não a quem se ama
Pra sentir uma liberdade tosca
E depois voltar com malas e choros
É preciso perceber o outro
Ele está ali e você nem se importa
É preciso rir sozinho descendo as escadas
Por já saber o que te espera ao chegar em casa
Mas fundamental, fundamental mesmo
É tentar a felicidade
Ainda que nunca a tenha visto, comido , e só ouça falar."

- Por Maria Eduarda Pires Gonçalves - ou apenas Duda :) 

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Perdão, tristeza

A tristeza me pegou.
desculpe, mas eu também não queria.
A tristeza me arrastou de volta, me trouxe o mar
e parece que eu desaprendi a nadar.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Já, já acaba.

Tentei lutar com o tempo 
para ver se te esquecia 
mais depressa.

Com o tempo, fui esquecendo do tempo 
e ele passou a passar tão rápido 
que te esquecer pareceu tarefa fácil.

Apenas pareceu.
Te esquecer é tarefa diária.

É exercício olímpico
daqueles em que eu 
sempre tenho que me lembrar
de  alongar pela manhã.

Te esquecer é uma maratona em que eu me desdobro em sete
pra ver se o tempo me segue.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O que eu guardei

O teu nome eu guardei na minha estante de livros.
Escondi em tudo que escrevi.
Apaguei da minha memória
mas guardei no coração.

Pois não é a verdade
Talvez fosse melhor viver aquela história

e o certo da conclusão... ou não.

O teu sorriso eu guardei na prateleira,
perto daquela poesia que tu gostava,
dentro de uma caneca de café vazia,
cheia daquelas boas recordações.

E se fosse mais tarde
o céu seria maior ou fosse só mais uma tarde
em que o brilho é sempre melhor... ou não.

As tuas palavras eu guardei na cabeceira
que é pra lembrar sempre antes de me deitar
que o amor é bom e que cabe no peito
sempre que a sorte nos desejar

ou então é só uma vontade que diz um alô, 
uma saudade de ter vivido uma verdade
E ver que está bem melhor... ou sim.



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Afinal, o quê diabos é a felicidade?

Tentei descobrir o chão, os arbustos e os seios.
Tentei pintar o quadro, o sete e os anseios.
Cantarolei bêbado, ébrio e na sarjeta.
Cantarolei sóbrio em casas de família.

Já recitei poemas para belas mulheres.
Já me apaixonei, amei e morri por isso.
Já vivi, renasci e cresci por menos.
Já te descobri e te perdi de vista por conta da miopia...

Num gole de café meio amargo pela manhã,
desses que despropositadamente nos dão respostas,
ensaio a minha felicidade.

Acho graça ter tão pouco a dizer sobre isso.
A gente se ocupa tanto tentando fugir da tristeza
que no final, se questionar sobre a felicidade me parece incoerente.


Mas ainda sonho...

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Crônica disfarçada de poesia.

Algumas coisas na vida não fazem o menor sentido,
outras fazem sentido até demais...

Em alguns momentos, o sentido só faz sentido quando já é tarde.
Aí, já não há mais sentido em se fazer sentido,
ao menos, não como o sentido que deveria de se ter antes.
O sentido não requer mais uma explicação mágica e lógica.

Fins, por exemplo.
Fins não fazem o menor sentido até fazerem sentido demais.
Se não fosse pelo Fim, o Começo não teria a menor graça!
O recomeço então?
Pfss... balela
História da carochinha.
Coisa pra criança dormir e sonhar em seus contos de fada.
...

Às vezes me sinto um soldado em sentido,
em busca de sentido
para coisas que,
no final das contas,
não fazem sentido algum.

Para sorte ou azar do meu coração,
sou obrigado a fazer minhas preces
por sentido:

Ainda bem que existem fins.
Ainda bem que existem começos.
Ainda bem que existem recomeços.

Em entonações, quase líricas,
por uma bússola de sentido
o espírito se renova...
Ou será que eu ando sentido demais?

segunda-feira, 28 de julho de 2014

O caminho dos passos sós

Se não fosse pela solidão
eu jamais me encontraria
eu jamais teria esse meu encanto
de ser além das minhas palavras

se não fosse o que restou
eu jamais seria essência
jamais teria a decência

de ter a solidão 

Nesse caminho de passos sós
a pisada pesa por certas decisões
mas não deixa de ter sua beleza
seguir em frente --->

sábado, 26 de julho de 2014

Ainda me resta saudade e verdade

No final das contas
o que conta
é o amor
que sobrou

nos abraços.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

As velas seguem com o vento

O som do mar e do meu coração se confundem.
A minha escrita torta e o meu delírio.
O pesar de algumas palavras de arrependimento
e a alegria de quem, por vezes, segue em frente.

O meu coração dialoga com o mar
como quem o entendesse perfeitamente.
Ele sabe da sua imensidão.
Ele sabe da multidão que o mar habita.

No meu coração, sem pretensões de ser grande,
passou a caber o mundo.
Não o mundo como metáfora e palavra
mas o mundo como mar de fatos.

Esse meu coração que já se aprisionou numa ilha
Esse meu coração que hoje vaga por arquipélagos
Esse meu coração...

A partir de hoje, vou velejar com o meu coração
Não sei muito bem pra onde
- não tive a sorte de encontrar o meu porto

Mas no posto do mar profundo

Um coração ainda fará história.

domingo, 6 de julho de 2014

brevidade

anteontem eu me apaixonei por um abraço
ontem eu me apaixonei por uma dança
hoje eu me apaixonei por um beijo
e é nessa saudade que sinto
que vou colecionando paixões de segundos

mas que duram uma vida inteira.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

De meses atrás ...

Acho que te vi passando
te vi de longe - com a tua beleza astuta
despreocupada com o tempo e com as dores
parecia-me... singular.

Acho que te vi, mas não tenho certeza.
Te vi branca - pálida
sem dormir por dias
te vi sombra.

Acho que foi só um sonho.
É provável que tenha sido.
Eu não te vejo a há meses.
Nem me lembro mais como você é
ou será só impressão?

De vez em quando eu tento adivinhar os teus passos
apostar comigo mesmo por onde anda você
apostar se está feliz.

Eu acho que te vi passando...
mas era só um sonho.
Tem que ser.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Eu gosto de gente

Eu gosto de pessoas de beleza rara
de gente de sentimento intangente.
Intransigente,
eu gosto de gente que ergue o copo,
que quebra a taça.
Eu gosto de gente de beleza rara.

Quem sou eu nesse turbilhão de pessoas,
aquele que chora a mágoa ou aquele que magoa?

Eu gosto de pessoas de textura rara
de gente de natureza inconsistente
tal como a gente,
eu gosto de gente que aguenta tapa na cara
e que quebra a cara até partir sorrisos.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Pensamentos Avulsos VII

A minha moral é o inverso.
O meu bom costume é o sexo.
Meus passos em falsos, (in)certos.

E você continuará linda pela manhã.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Despedida de um novo amor

Meu bem, me desculpe, mas eu não sou pra você.
Carrego uma mala pesada - cheia de bobagens.
Um fardo cansado que dói as costas só de lembrar.

Tu também carregas tua bagagem.
Os teus fardos insólitos.
As roupas de viagem, de ida e despedida...

Sei que combinamos naquela dança
mas aqueles pés não eram meus.
Os meus passos andam torcidos,
por isso, vou dançar sozinho por enquanto
- para não tropeçar em ninguém.

Quem sabe outra hora, meu bem?
Vamos mentir para nós mesmos de que é só besteira passageira.

Te agradeço pelo carinho,
pelos beijos e abraços
mas é que eu ando tão gasto
que ficar casto talvez seja melhor.

Meu bem, me perdoe o mal estar, mas a partir de hoje eu não vou mais estar.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Esse teu silêncio

Esse teu silêncio é o pior remédio
tem gosto amargo
dói quando aplicado sobre a pele

Esse teu silêncio é o melhor veneno
mata por dentro e mata rápido
feito o tempo

O teu silêncio não me cura
maltrata,
mas fortalece.

A dor não vai passar
mas eu vou passar
até dançar sobre ela.


terça-feira, 29 de abril de 2014

Sei lá

Rasguei os meus poemas de amor
enterrei todos bem no fundo da mágoa,
na mácula, no mal fardar das escolhas mal resolvidas.

Sem vida, nos amarramos na ideia
daquilo que não existe,
mas se sente.

Estamos todos tão mal acostumados a ficar sozinhos
que a solidão perdura na companhia aberta.

Desabafo particular

Aquela sensação incompleta de estar vazio o tempo todo
mas não é o tempo todo, só quando me percorro.

Eu ando sem resquícios
sem alma,
sem calma,
sem nada.

Eu me tornei o amanhã para sempre, o hoje perdeu sentido
não há mais bolero, sexo ou paixão - não há medida. 

domingo, 27 de abril de 2014

Insubstituível

Eu te encontrei em uma música
em um disco antigo
num livro

Te encontrei repartida
em pessoas tão partidas
quanto eu.

Contei os teus pedaços
em cada partezinha mal contada

Eu faço um esforço danado todos os dias para te perder dentro de mim
mas os teus detalhes me acham a todo instante... fugindo.


terça-feira, 22 de abril de 2014

O teu nome eu guardei na minha estante de livros.

Eu te fiz essa música
para eu lembrar
de que  já fomos um dia
propositais.

Só há...

Eu te fiz essa história
pra lembrar
o que será de nós

E se será
o que terá
nessa nossa nova
condição?

Sonha com teu valor.
Cuida do teu amor.
Há de ser o melhor.
O que pode ser pior
do que perder alguém
que tu querias ter por perto pra sempre?


Mais do que pra sempre...

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Que acabe em música.

Você me disse que
haveria tempo
de haver respostas
mais do que o tempo
nas contrações do que
compreendemos.

Mas acabamos
perdidos um no outro
achados num corpo
um conforto sem porto.

E o que há
de sentir,
jamais?

Refrão:
Estamos perdidos demais (x4).

E a verdade
é que não há mais
um no outro
Só há
aquela perda
aquele sentimento de...
perda


Você me disse que
se um dia acontecesse
nós haveríamos de ser
aqueles
que saberiam lidar
da melhor maneira.

Mas...
Estamos perdidos demais (x4)

Na verdade,
não há bem verdade
Só há um corpo
perdido no outro.
No outro que arde
o aguarde e o abate
E vem no peito,
de sentir o alarde
o vazio em si
sem sentido se esvai.

Devaneio - perco a mente
Deixo a saudade pra trás...


Estamos perdidos demais. 

domingo, 20 de abril de 2014

Ao meu amor, quem sabe um dia...

Você acorda mais um dia e percebe que precisa fazer algo.
Você não sabe o que fazer exatamente, como fazer e nem quando fazer.
Você simplesmente sente.
E é nesse sentir, que se apresenta como um devaneio, que se dá sentido ao dia.
A poesia que se esvai, se perde facilmente no cotidiano imperceptível.
Tudo aquilo que se sente - quando se sente - se sente apenas uma vez.
O amor é eterno em sua fragilidade.
E abandona fácil o corpo que se nega.
E eu não nego que já me neguei um dia
Mas o pra quê os por quê's eu não me pergunto, por não haver resposta.
Há apenas a aposta, um jogo de pares alternados,
viciados em fingir uma intimidade
Numa busca cega por uma verdade que não está ali.

A simplicidade das vicissitudes do alento temporário é tão banal quanto os diários de Sofia.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Um sentido para tudo isso.

O poeta é um egoísta
Mau caráter sem escrúpulos
Que sofre para alimentar suas poesias

Poderia muito bem enfrentar a realidade e seguir vivendo
Mas qual seria a graça da vida sem um pouco de drama?
Ahhh... a cama vai deixar saudade.

Ainda encontro teus fios de cabelos soltos e perdidos pela casa
Mas a gente não casa mais...
Por enquanto seguiremos breves, na angustia das poesias soltas da vida...

Todavia, toda vida não foi em vão
Por mais que tentamos acreditar que fora.
Não existem motivos para não amar.

Pois bem...
se estamos de acordo,

que a vida carregue leve a brisa e o vento dos novos horizontes.

Meu final indesejável

Morri de amor...
Morri nos meus sonhos,
nos meus pedaços mal contidos.

Lembro-me de cada pedacinho do que foi o paraíso um dia
das nossas besteiras... das brincadeiras
dos sorrisos....

Lembro dos choros sofridos também...
Das reticências breves...
Do silêncio e da dor contida de pessoas que tinham muito para amar
Mas não sabiam como lidar com esse sentimento sem doer em si mesmo.

Eu me tornei uma pessoa quebrada

E acabei quebrando muita gente comigo.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Um dia.

Vai ficar tudo bem.
Repita isso para si mesmo,
por pelo menos uma centena de vez.

Um dia vira verdade.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Invenção

Eu invento um conto de fadas
Invento que serei feliz pra sempre apenas com ela
Que os beijos dela serão únicos e inigualáveis
Que a sua boca é a única que me sacia...

É que a gente já se inventou tanto,
que já foi verdade um dia
Nós dois – me dói, mas não existe mais.

Ora, como se dependesse só de mim...

domingo, 6 de abril de 2014

Pessoas de boa fé

O tempo corre, já é quase de madrugada
tenho lembranças daquela noite.
gente boa de papo, de hiato – de cama.

gente que só quer ver o bem correr com o tempo
não há muito o que discorrer sobre aquela noite
nós sentimos tanto em tanto tempo,

que àquelas poucas horas me farão feliz por eras.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Os mandamentos que não cumpri.

Expressa-te e anda.
Não se vulgarize pelos teus ciúmes
Não se reduza às tuas manias incontroláveis
Vez por outra o destino testará teus passos.
Fazer voltar no caminho do antigo vale.
Não caia na tentação de ser quem você não é.

Pensamentos Avulsos VI

Estou com medo de ter acabado com os meus sonhos
De ter desfeito as condições da felicidade

De, por pura soberba, ter infligido à liberdade

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Corpo Travado

Faço um esforço danado para encontrar sentido no cotidiano
Reinventar certas belezas escondidas na linha do tempo
Submeter-me ao caótico do qualquer que seja
Encontrar na dança e no gole de cerveja
Exprimir e experimentar.

Mas meu corpo é oco.
Tem esperança vazia ao se negar.

Os gestos não naturais dos contos de fadas.
As certezas das flores armadas.
O amor das coisas passadas.
Tudo isso é pouco ou quase nada.
Coincidir e se entregar.

Mas meu corpo é outro.

Tem lembranças, mas precisa recomeçar. 

terça-feira, 1 de abril de 2014

Bairro novo

Fizemos as malas e dissemos adeus a antiga casa
aquela residência, apesar dos bons momentos,
não cabia mais em nós.
resolvemos nos aventurar por outras avenidas.

acabo de conhecer um passado que não lembrava que existia.
minha nova vizinha de desilusões
ela tem cabelos cor de fogo e beleza nos olhos...
parece carregar consigo uma esperança de um final feliz
mas tem medo de ser castigada pela vida mais uma vez.

Uma garota nova.

A nova gata do bairro.